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Relacionamentos BDSM

Apesar de muitas pessoas acreditarem que o BDSM é algo estranho e que geralmente está associado a noites diferentes e especiais, existem mais relacionamentos BDSM do que se possa pensar. Aliás, se formos bem a pensar, é muito mais comum este tipo de relacionamentos do que a imaginação nos leva, se não vejamos, para um profissional ter sucesso no seu trabalho, ele precisa de ser acompanhado e guiado pelo seu superior, o avião apesar de todas as tecnologias envolventes, necessita de um piloto para ser comandado da forma certa. Por isso, um submisso necessita sempre de um dominador para o encaminhar e guiar no seu percurso, por isso os relacionamentos BDSM são mais comuns do que a maioria das pessoas acredita.

Por outro lado, tendo em consideração a história do BDSM, é igualmente natural que os relacionamentos BDSM tenham características distintas, comparativamente aos restantes relacionamentos, mas nem por isso deixam de ser normais e comuns. Numa relação, há sempre um dos membros que é mais dominador que outro, porém na maioria dos casos não apresenta atitudes ou decisões que demonstrem essa diferença, com medo de enfraquecer o relacionamento ou até invadir o espaço do seu companheiro. No caso do BDSM as coisas são diferentes, pois o objectivo é exactamente o contrário, é invadir o espaço, tomar decisões concretas e mostrar a evidência dessa diferença entre os membros do casal.

Tudo sobre os relacionamentos BDSM

Em primeiro lugar, se é um destes relacionamentos BDSM que procura, o melhor mesmo é aproveitar os eventos e festas dedicadas, pois torna-se muito mais fácil de encontrar pessoas interessadas no mesmo e de alguma forma interessantes o suficiente para despertar o seu interesse.

Estas festas geralmente seguem a lógica do SSC (São, Seguro e Saudável), ou seja, ninguém obriga ninguém a fazer nada, há sempre a possibilidade de parar a meio algo que não esteja a correr bem e sair quando desejar, nunca colocando em perigo a sua saúde, seja física ou até mental. Nestes casos, é estritamente necessário que faça o seu trabalho de casa, ou seja, que estude a temática e conheça grande parte do glossário BDSM, para que entenda perfeitamente o que os outros estão a tentar comunicar consigo.

Por outro lado, os relacionamentos BDSM é um ponto muito importante, é caracterizado pelo momento da entrega da coleira propriamente dita, um dos muitos acessórios BDSM populares, mostrando assim que confia plenamente na outra pessoa ao ponto de entregar o seu corpo e a sua vontade à outra pessoa. Estes relacionamentos são conhecidos por existir um lado físico muito intenso, contudo para esse lado físico ser perfeito é imprescindível que a ligação do casal seja também muito intensa e de grande confiança, caso contrário poderá correr tudo muito mal. Algumas pessoas mantêm uma espécie de vida dupla, ou seja, têm casamentos e relacionamentos fora do BDSM, mas não são exclusivos, pois depois entregam-se aos seus dominadores por um tempo limitado. Muitos têm também várias pessoas dentro dos relacionamentos BDSM, tudo depende da forma como encara a vida e até como a quer viver no seu dia-a-dia.

História do BDSM

Apesar de apenas recentemente se falar cada vez mais de BDSM e de toda a cultura envolvente, a história do BDSM vem desde há imenso tempo, mesmo que até as pessoas que o praticam achem imensa piada, são poucos aqueles que sabem onde surgiu, como evoluiu e por tudo o que passou até atingir a fama e popularidade que tem neste momento.

O nosso principal objectivo com este texto era elucidar todos sobre o percurso que as práticas BDSM tiveram nos últimos anos, com principal foco no início das mesmas, mas é praticamente impossível descrever ao pormenor de quando tudo começou, principalmente pela enorme quantidade de práticas agregadas a este acrónimo, cada uma delas com as suas origens e a sua história, levando assim a uma jornada pela antiguidade que podia nunca mais terminar.

Assim, o melhor mesmo é contar um pouco do seu percurso, desde o momento em que começou a ser falado mais abertamente, pois também é necessário referir que durante muitos apesar de existir e de haverem até algumas comunidades importantes espalhadas por todo o mundo, era também um mundo de secretismo e pouco falado, devido à enorme discriminação que a sociedade tendia a criar em volta do assunto.

História do BDSM – A origem e o progresso

Os primeiros relatos surgem em 1918, com a publicação da revista “London Life” a exibir os primeiros anúncios de festas e encontros privados, algo que até ao momento nunca tinha acontecido publicamente. Esta foi a primeira revista a falar abertamente do assunto, sendo que era bastante comum muitas matérias abordadas sobre o fetichismo sexual e as áreas envolventes, deixando por isso muita gente estupefacta com a situação.

Por outro lado, depois desse primeiro número da revista, começaram a surgir inúmeros clubes e festas, com intenção específica. Passados alguns anos, nomeadamente em 1946, surge a revista “Bizarre” também centrada na temática, sendo que no seu interior era possível encontrar todo o tipo de informações, porém inicialmente começou a ser distribuídas apenas nessas festas e clubes privados.

Depois da década de 50, os grupos nos Estados Unidos e na Europa tornaram-se extremamente populares, existindo até alguns que ficaram para a história e ainda hoje são reconhecidos, nomeadamente o Shaw’s, Berlin, Sixty-Nine Club, VSSM, Boys Cuir France e o MSC. Em 1969 aconteceu a primeira festa pública, com a presença de cerca de 100 pessoas com os mesmos interesses, na Alemanha.

Durante muito tempo, nomeadamente até 1978 sempre que o BDSM era referido, havia uma tendência natural de associar à cultura homossexual, mas nesse ano foi criado um grupo de mulheres lésbicas, abrindo assim o mundo do BDSM às mulheres e tornando-se um dos grandes marcos na história do BDSM.

Apesar de todo este progresso, foi apenas nos anos 90 que a história do BDSM ganhou novos contornos e o desenvolvimento foi intensificado, nomeadamente com o surgimento de casas, associações, filmes, literatura, entre outras coisas. O grande destaque foi em 1991, com o aparecimento de um enorme portal online, sendo que a partir desse momento a sigla BDSM começou a ser bem mais comum do que era até ao momento.

No que diz respeito ao nosso país, durante muito tempo a sociedade apontou o dedo e discriminou todos os que participavam nesta cultura, porém conta a história do BDSM em Portugal que a criação de uma grande comunidade de bondage em Portugal foi o suficiente para mudar muitas mentalidades e deixar de existir a necessidade de se esconder de tudo.

Sadismo e Masoquismo

A maioria das pessoas que ouve falar a primeira vez de Bondage não sabe exactamente o que significa ou pura e simplesmente acaba por ter uma ideia errada do que realmente é verdade e real. Existem até algumas pessoas que acreditam que o sadismo e masoquismo são a mesma coisa, denominando apenas de sadomasoquismo, porém, este é apenas a relação que existe entre os dois, tendo diferenças e características diferentes e é exactamente isso que vamos esclarecer abaixo.

Muitas pessoas têm dúvidas sobre o que o sadismo e masoquismo significam e o que está incluído propriamente nas acções, por isso não há nada como conhecer tudo ao pormenor antes de experimentar, caso contrário pode até ficar com uma péssima ideia do que este mundo é. Em termos práticos, é imprescindível começar por explicar que Sadismo e Masoquismo fazem parte do BDSM, sendo que são as últimas duas iniciais do mesmo, por isso têm uma série de factores em consideração e características que se destacam das restantes.

Sadismo e Masoquismo

Além do bondage e disciplina, o BDSM tem também outros conceitos associados, nomeadamente o sadismo e masoquismo, por isso não há nada mais importante do que conhecer todos os seus pormenores, permitindo assim que qualquer pessoa tenha os conhecimentos necessários para entrar naqueles que são muitas vezes denominados de prazeres agressivos.

Sadismo

O sadismo é considerado uma perversão ou anormalidade para a maioria das pessoas, sendo que a terminologia surgiu depois do nome do Marquês de Sade se tornar extremamente popular. Neste caso em particular, o prazer vem directamente da dominação e submissão, assim como do próprio sofrimento que possam causar em alguém, seja através de dor física ou até emocional, incluindo directamente a humilhação da outra pessoa.

O sadismo sexual envolve directamente actos reais, não simulados como em outros casos, nos quais os participantes conseguem obter a excitação sexual através do sofrimento do parceiro que está ao seu lado. Este pode existir apenas nas fantasias sexuais ou então ser necessário para atingir o climáx, contudo quando chegam aos casos extremos, o sádico pode sentir prazer directo na tortura, ferimento, aplicação de descargas eléctricas ou mesmo chegar a um ponto mais forte. No que diz respeito ao lado do bondage, tudo não passa de humilhação directa do seu parceiro e é tudo feito com total controlo por ambas as partes envolvidas.

Masoquismo

Por outro lado, também extremamente popular dentro da comunidade de bondage em Portugal, o masoquismo é a denominação dada ao prazer sexual que os intervenientes têm ao sentir dor no corpo, mediante a humilhação e dominação existente. Contudo, existem alguns casos específicos que mostram que não exactamente a dor que garante a satisfação sexual, mas sim a sensação de inferioridade perante o parceiro sexual.

O masoquismo é uma tendência completamente oposta e complementar ao sadismo, pelo que igualar as duas é um dos piores e mais populares erros que a sociedade em geral costuma cometer. No que diz respeito à relação entre as duas, é denominada de sadomasoquismo, isto é, neste caso não seria a mesma pessoa a possuir as duas tendências, mas sim o contacto entre pessoas com as tendências opostas, neste caso em particular, uma com a tendência de sadismo e outra masoquismo.

Saló ou 120 dias de Sodoma (1975 – Pier Paolo Pasolini)

O filme “120 dias de Sodoma”, ou como é também apresentado “Saló”, é sem sombra de dúvidas um dos mais polémicos de toda a história da sétima arte, tratando-se essencialmente uma dura e forte crítica ao fascismo, sendo que em todo o filme há uma série de cenas de masoquismo e sodomia. Da autoria de Pier Paolo Pasolini, é a obra mais violenta deste cineasta italiano, um filme marcado pela opressão, sadismo, deboche e até morte, sempre com uma expressão de pura maldade.

O cineasta transpôs “Os 120 Dias de Sodoma” do Marquês de Sade, apoiando-se ainda nos textos criados por Roland Barthes, Maurice Blanchot e Pierre Klossowski para mostrar como foram os últimos dias de ditadura fascista italiana, bem no final da II Guerra Mundial. A acção do filme passa-se em Itália, no momento em que esta estava controlada pelos nazistas, sendo que 4 libertários fascistas sequestram 16 jovens e acabam por os prender numa mansão com guardas. Depois desse momento, os jovens passaram a ser usados unicamente como fonte de prazer, de masoquismo e sodomia e até de morte.

Pode até parecer um filme normal e sem uma grande presença na história, havendo até algumas dificuldades em entender o porquê de ser uma referência para a comunidade de bondage de Portugal, porém o seu principal objectivo é polemizar e fazer duras críticas ao fascismo, ao fetichismo sexual e até ao autoritarismo religioso que naquela altura era bastante popular e teria uma forte influência na sociedade em geral.

Para aqueles que não estão propriamente habituados a este tipo de cinema, pode tornar-se relativamente cansativo e até demasiado pesado no seu decorrer, não havendo grande actuações em destaque, mas é uma das melhores obras para quem procura essencialmente respostas filosóficas e relacionadas com o bondage e toda a comunidade adjacente. Por outro lado, é importante afirmar que a adaptação que Pier Paolo Pasolini fez das histórias originais de Marquês de Sade é bastante mais leve, pois estas tinham uma obscuridade ainda maior do que o apresentado.

Dentro das cenas mais polémicas e fortes do filme, destaca-se alguns momentos mais sádicos, como o momento em que um dos jovens é obrigado a comer excrementos, o momento em que estes são obrigados a ter actos sexuais com o principal objectivo da observação das autoridades locais e até alguns fetiches mais bizarros. Tendo em consideração o ano do seu lançamento, 1975, algumas cenas não forem muito bem aceites pela população em geral e houve até quem considerasse o filme um autêntico ultraje à vida sexual que a sociedade tinha no momento, acreditando sempre que nada do que estava a ser retratado podia ser real, porém a história original mostra que tudo era real, apenas estava a ser escondido.

Pier Paolo Pasolini era curioso, italiano e homossexual, tendo um gosto particular por elencos amadores e preferia explorar bastante a sexualidade nos seus filmes, gerando assim uma grande polémica em seu redor. Com 53 anos acabou por falecer, de uma forma brutal, já que foi encontrado completamente desfigurado e bastante magoado, um autêntico latrocínio. A sua morte aconteceu no mesmo ano do lançamento do filme, por isso existe uma grande tensão sobre o assunto e muitas dúvidas sobre o que realmente aconteceu.

As melhores posições sexuais para o bondage

O Bondage é visto muitas vezes como BDSM, apesar de ser apenas uma das suas práticas mais populares que existe no momento, são muitas as pessoas que as confundem bastante. Neste caso específico, traduz-se na dominação do parceiro com acessórios eróticos, desde as mais simples algemas, até aos mais complexos objectos da arte da dominação e submissão. É óbvio que cada casal pode desfrutar desta prática de várias formas, sempre tendo em consideração que o objectivo é o máximo prazer, mas existem também as melhores posições sexuais para bondage e disciplina que vão facilitar todo esse processo.

Quando alguém entra neste mundo pela primeira vez, existem muitos termos usados que podem parecer confusos, mas quando explicados parecem bem mais fáceis de entender do que o esperado. No que diz respeito às posições sexuais para usar durante a prática, há também muita falta de informação, havendo até aqueles casais que ficam desiludidos com o momento, mas com a ajuda certa, certamente vai tudo melhorar.

As 4 melhores posições sexuais para o bondage

Existem várias práticas BDSM, mas no que diz respeito às melhores posições sexuais, existem muitas dúvidas por parte dos casais, por isso criamos uma pequena lista e explicação das mais importantes e as que garantem prazer mais facilmente e com mais eficácia.

Imobilizado geral

É provavelmente uma das posições mais comuns, sendo que pode ser usada sendo a mulher ou o homem o submisso. É uma das posições básicas do Bondage, sendo que o submisso fica deitado na cama, de barriga para cima, ficando com as suas mãos e pés presos às extremidades da cama. No caso de ser o homem o submisso, pode optar-se por prender apenas as mãos, mas em todo o caso o prazer é uma constante, sendo a mulher a submissa, a penetração torna-se extremamente prazerosa.

Algemas

Não é propriamente uma posição sexual, porém, com a utilização de algemas, seja nas mãos como também nos pés, pode realizar-se todo o tipo de preliminares interessantes ou até mesmo chegar às melhores posições sexuais, controlando a situação a 100%.

Tartaruga

Pode não ser o nome mais interessante de todos, porém é uma das posições sexuais para o bondage. Colocando a mulher de barriga para baixo, amarra-se as suas mãos e pés, mas para trás, imobilizando por completo a mesma e deixando-a completamente exposta para sexo anal e penetração vaginal. Pode também optar-se por colocar a mulher de quatro, amarrando apenas as mãos, para dar algum tipo de mobilidade, mas ainda assim o homem poderá fazer tudo.

Cadeira

Outra excelente posição é colocar o parceiro numa cadeira, com as mãos amarradas atrás com algemas. No caso da submissa ser uma mulher, o melhor é colocar um pouco mais perto do final da cadeira, imobilizando também os pés, para que toda a sua área genital fique completamente exposta. No caso do submisso ser o homem, é uma excelente posição para a mulher dominar o momento. Nesta posição é necessário ter cuidado para que a cadeira não vire e possa magoar a pessoa que se encontra imobilizada.

Em todos os casos, as melhore posições sexuais para o bondage dependem unicamente dos intervenientes, sendo que devem ter sempre em consideração os seus gostos pessoais e o que lhe dá realmente prazer.